Lição do Marmore
No museu de fama internacional, o
piso totalmente coberto por belíssimos azulejos de mármore recebia as visitas
todas os dias, especialmente para admirarem uma estátua, toda em mármore,
enorme, exibida no meio do salão de entrada.
Pessoas do mundo inteiro vinham
admirá-la. Os mais entendidos se detinham a observar a perfeição dos seus
traços. Os românticos falavam da suavidade das linhas, mas todos, sem exceção,
elogiavam a sua beleza.
Certa noite, os pisos de mármore
começaram a falar e reclamar com a estátua:
Estátua, isto não está certo.
Absolutamente, não! As pessoas vêm, pisam e pisam em nós só para admirar você.
Ninguém olha para nós e muito menos se dá conta de que também temos a nossa
beleza. Isto não é justo.
Meu querido amigo, piso de mármore,
você ainda se lembra de quando eu e você estávamos na mesma caverna? Perguntou
a estátua.
Sim! É por isso que eu acho tudo
muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e agora recebemos tratamento tão
diferente. Não é justo! - chorou novamente o piso.
A estátua continuou a explicar:
Então, você ainda se lembra do dia em
que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às
ferramentas?
Sim, claro que me lembro. Odiei
aquele sujeito! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim? Doeu demais!
Isso é certo! Ele não pôde trabalhar
nada em você, porque você resistiu à sua ação.
Quando ele desistiu de você, veio
para mim. Eu era um bloco de mármore sem forma.
Em vez de resistir como você, imediatamente
soube que ele me tornaria algo diferente. Não resisti. Agüentei todas as
ferramentas dolorosas que ele usou em mim.
O piso resmungou alguma coisa e a
estátua concluiu:
Meu amigo, há um preço para tudo na
vida. Nem sempre é fácil. Às vezes é muito difícil e doloroso.
Mas temos que aprender e suportar os
sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformar em algo mais
belo.
* * *
Assim como o piso de mármore, somos
nós, quase sempre. Resistimos e nos rebelamos contra tudo o que nos signifique
disciplina, ordem, sacrifício.
Preferimos as coisas fáceis, que não
requeiram esforço, nem perseverança.
Entretanto, para que burilemos o
Espírito é imperioso que nos amoldemos ao martelo da dor, nos dobremos às leis
da disciplina e obedeçamos à ordem.
O cinzel e todas as demais
ferramentas do escultor são, na vida, os conselhos dos mais experientes, as
exigências dos nossos pais, professores e chefias que, em verdade, somente
desejam que nos tornemos criaturas melhores, produzindo o bem.
* * *
bom dia!
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