quinta-feira, 22 de maio de 2025

"A Ponte Invisível"


"A Ponte Invisível"


Havia uma mulher chamada Dora, uma costureira simples de um vilarejo pequeno. Todos os dias, ela sentava-se diante de sua máquina de costura e transformava tecidos em peças lindas, mesmo ganhando pouco por isso. Mas ela tinha um sonho: abrir sua própria loja de roupas e empregar outras mulheres do vilarejo.


Dora não tinha dinheiro, nem contatos, nem estudo formal. Mas tinha duas coisas que ninguém podia tirar: fé em Deus e uma força de vontade que queimava como fogo.


Todos diziam que era impossível. “Se até quem tem dinheiro fecha as portas, imagine você, Dora”, diziam alguns. Mas ela respondia com um sorriso calmo:

“Se Deus plantou esse sonho em mim, é porque Ele já preparou o caminho.”


No começo, Dora costurava dia e noite, guardando cada centavo. Durante o dia, trabalhava para clientes; à noite, fazia suas próprias peças, que vendia na feira aos domingos. Muitas vezes, teve que decidir entre comer ou comprar mais linha. E sempre escolhia a linha.


Houve dias difíceis. Um deles foi quando sua máquina quebrou. Sem dinheiro para consertar, ela ajoelhou-se e orou:

“Senhor, se for da Tua vontade, me ajuda. Mas se eu tiver que recomeçar com agulha e linha na mão, eu vou.”


No dia seguinte, uma cliente apareceu com uma máquina usada para doar. Ela disse:

“Senti no coração que devia trazer isso pra você.”

Dora chorou. Não era coincidência. Era resposta.


Com o tempo, suas roupas começaram a chamar atenção pela qualidade e capricho. Uma loja da cidade vizinha pediu para revender seus produtos. Pouco depois, uma ONG local ofereceu um microcrédito para empreendedoras e ela foi selecionada.


Com esse impulso, Dora alugou um pequeno espaço e montou sua loja. Era simples, mas tinha uma placa escrita com letras douradas:

“Deus é o dono. Eu só costuro.”


Anos se passaram. Hoje, Dora emprega 12 mulheres da comunidade. Ela ensina corte e costura de graça para quem quer aprender, e toda segunda-feira abre a loja só para orar com as funcionárias.


Perguntaram a ela certa vez como conseguiu vencer tantos obstáculos. E ela respondeu:

“Eu não vi a ponte. Mas continuei andando como se ela estivesse lá. E Deus foi colocando cada tábua no lugar. Uma a uma.”


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