A Chama da Alma!!!
Havia um rei que apesar de ser muito
rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma
forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais
os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando
por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o
segredo daquele monarca.
Como sábio, ele pensava e não
conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras,
nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de
luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia
renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se
reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era
virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei,
perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu:
"Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você
descobrirá qual é o meu segredo."
Porém, há uma condição: se você
deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu
e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à
presença do rei, que lhe perguntou: "Você conseguiu ver todas as minhas
riquezas?"
O sábio, que ainda estava tremendo da
experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu:
"Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter
acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei
nada."
Com o olhar cheio de misericórdia, o
rei contou o seu segredo:
"Pois é assim que eu vivo. Tenho
toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora
tenha tantas riquezas, elas não me afetam."
"Tenho a consciência de que sou
eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário."
O sábio representa na história as
pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas
e afirmam ter raiva da vida.
O rei representa as criaturas
tranqüilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas
atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras.
Quando se tornam líderes, são
criativas, dignas e enriquecedoras.
Deste último grupo saem os que
promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes
cultivadores da verdade.
***
Com ligeiras variações, é o lar que
responde pela felicidade ou a desgraça da criatura. É o lar que gera pessoas de
bem ou os candidatos à perturbação.
É na infância que o espírito
encarnado define a sua escala de valores que lhe orientará a vida.
Por tudo isto, o carinho, na
infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito que merece a criança, são
fundamentais para a formação de homens saudáveis, ricos de beleza, de bondade,
de amor que influenciam positivamente a sociedade onde vivem.
Em nossas mãos, na condição de pais,
repousa a grande decisão:
como desejamos que sejam os nossos
filhos tranqüilos como o rei ou atormentados como o sábio.
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