Um Colar Valioso.
Usar, por alguns dias, a pulseira da
mãe, era o sonho de consumo do pequeno Pedro, de seis anos de idade.
Eles eram pobres, e a pulseira não
tinha muito valor, mas tanto o garoto insistiu que a mãe lhe entregou,
recomendando que tomasse cuidado.
Pedro colocou o cordão no pulso e se
sentiu o homem mais feliz do bairro.
Jogava futebol com os amigos, de pulseira.
Ia comprar pão, com a pulseira, e na escola, ele exibia sua preciosidade sempre
que podia.
As semanas se passaram e, como sempre
acontece com as crianças, um dia aconteceu com Pedro. Uma distração, e ele se
deu conta de que havia esquecido a pulseira em algum lugar.
Procurou por todos os cantos e...
nada.
Ele estava sozinho em casa. A mãe
estava no trabalho. Mas, e quando ela chegasse, como lhe contaria a tragédia?
Mil preocupações surgiram naquela
cabeça infantil. E a mais cruel era a de ter perdido o que ele considerava ser
o único tesouro de sua mãe.
Depois de muitas cogitações, tomou
uma difícil decisão: iria embora de casa.
Jogou algumas roupas dentro da velha
sacola, e saiu porta afora.
Não foi muito longe e ouviu uma voz
bem conhecida... Era o Sr. Severino, um velhinho bom que morava na vizinhança.
Ei, aonde você vai com essa trouxa
nas costas, Pedro?
(Preocupar-se com os filhos alheios
não é muito comum nos grandes centros, mas, nos vilarejos de gente pobre, os
vizinhos se importam uns com os outros.)
Vou embora, respondeu, cabisbaixo, o
menino.
Mas a sua mãe não está em casa. É
melhor você esperar que ela chegue, senão ela ficará aflita quando não o
encontrar.
O garoto costumava ouvir os mais
velhos, então voltou, é claro, na companhia do velho Severino.
Quando a mãe chegou, já estava
escuro. Mal entrou e já sentiu algo no ar, pois as mães sempre sentem quando
tem alguma coisa errada com seus filhos.
O que houve, Sr. Severino?, perguntou
logo.
Ele se aproximou e falou baixinho o
que havia acontecido. Ela, já em lágrimas, entrou no quarto, onde o pequeno
Pedro estava escondido, e o abraçou com ternura.
Meu filho, você ia embora sem avisar
a mãe?
Por que ia fazer isso, meu anjo?
Mãe, lembra daquela pulseira que você
me emprestou e me pediu para ter cuidado?
Sim, disse a mãe.!
Eu não sei como aconteceu, mas perdi,
mãe.
Quando notei, eu procurei, procurei,
mas não achei. Então fiquei com medo e com vergonha, e por isso eu ia embora de
casa, prá não ver você triste.
Ora, filho, eu ia ficar muito triste
se você tivesse ido. Nunca mais pense nisso!
E a pulseira? Perguntou, mais
aliviado.
Ah, meu anjo, aquela pulseira tinha
pouco valor. Um dia, quem sabe, nós compramos outra.
Mãe, eu quero lhe dar um belo colar.
Você sabe quanto custa um?
Não faço idéia, mas já tenho o colar
mais valioso do mundo. E sabe qual é?
Não, mãe, eu nunca vi você de colar.
Pois bem, disse a mãe, puxando os
bracinhos do filho e os envolvendo no pescoço.
Filho, o seu abraço é o colar mais
valioso do mundo, para mim. E eu desejo tê-lo para sempre. Promete que nunca
mais vai pensar em ir embora?
Pedro sorriu, aliviado, e encheu o
rosto da mãezinha de beijos.
* * *
Não há tesouro mais valioso do que os
filhos.
Um filho é a prova da confiança de
Deus aos pais.
Mas os filhos nem sempre sabem que
são valiosos para seus pais. É preciso dizer isso a eles, sempre.
E você, já disse isso ao seu filho,
hoje?
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