terça-feira, 5 de novembro de 2024

ACREDITO NO DESTINO

 (Frei Aldo Colombo)


Um empresário ficou retido no trânsito e perdeu o voo. Horas depois soube que o avião havia caído e não havia sobreviventes. Uma senhora comprou o último número de uma rifa- só para ajudar- e ganhou um automóvel; Um pai antecipou o retorno das praias para evitar o trânsito pesado. Sofreu um acidente e ficou meses no hospital.

Alguns minutos, a mais ou a menos, podem evitar um acidente ou colocar a pessoa numa situação de risco. Nestes casos, sempre aparece alguém para comentar; tinha que ser, é o destino. Muitos acreditam que, desde que nascemos, caminhamos num determinado rumo, que nos leva a um fim imutável.

O destino cego e imutável encontra defensores em grupos religiosos: Deus quis. Os árabes têm uma palavra para designar o fato: maktub, isto é estava escrito. Calvino, um discípulos rebelde de Lutero, colocou em seu sistema religioso a predestinação. Nesta ótica, nascemos com um destino imutável: salvo ou condenado. A doutrina espírita acredita no carma, fruto do pecado em vidas anteriores. Nosso mundo é marcado pelo pecado e o pecado é desordem. Uma bala perdida não vai atingir o melhor ou o pior. Atingirá qualquer um, sem nenhum critério.

Acontecem, a cada momento, milhares de fatos. Há situações marcadas pelas coincidências, boas sou más. Assim falamos da sorte ou do azar. Na maioria das vezes prevalece a lógica da causa e sua consequência. O motorista que abusa da velocidade facilmente se envolve em acidente. Alguém que fuma e bebe está chamando uma doença .O futuro não é um lugar para onde vamos, mas que estamos construindo.

A partir do Evangelho, todos podemos crer numa tese. Estamos destinados a Deus . Só mesmo uma teimosia radical pode nos levar longe do destino.

Em 1963, surgiu o GPS – Sistema de Posicionamento Global . Ao iniciar uma viagem nos conectamos a ele, que nos conduzirá ao destino desejado. Quando erramos o caminho, um voz vinda de satélites nos indica o caminho certo. Não somos obrigados a obedecer a este comando. Caso insistamos no erro, a mesma voz impassível comunica: refazendo o percurso e nos colocando no caminho certo, embora mais longo e difícil.

Assim age conosco a Providência Divina. Ela nos quer levar à felicidade. Quando erramos, imediatamente refaz o percurso. Deus não desiste de nós. A infelicidade seria desligar o GPS e assim – irresponsavelmente - seguir um caminho próprio que nos leva ao desastre.

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