quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

OS TRÊS CONSELHOS



Um rapaz muito pobre casou, mas, para ganhar dinheiro e sustentar sua família, teve de ir trabalhar e morar num lugar muito longe. Ele pediu ao patrão que guardasse todo dinheiro do seu pagamento.

Depois de quatro anos, já tinha um bom dinheiro guardado e resolveu voltar para casa. O patrão disse:



– O que prefere, meu amigo: três bons conselhos, que servirão para toda a vida, ou o seu dinheiro?



E o rapaz respondeu:



– O dinheiro é importante para sustentar minha esposa e os filhos que devem vir.



E o patrão continuou:



– Mas os ladrões podem roubar tudo e ainda podem matar você.



O rapaz pensou um pouco e decidiu:



– Prefiro os conselhos.



O patrão, que era um bom homem, ficou satisfeito e disse:



– O primeiro conselho é que nunca pegue atalhos. Siga sempre pela estrada principal.



O rapaz ouviu o conselho e o patrão continuou:



– O segundo, é que nunca peça dormida em casa de homem velho casado com mulher nova. E o terceiro: nunca tome uma atitude pelas primeiras impressões.



O rapaz guardou na memória aqueles três conselhos. Quando ele já ia saindo, a dona da casa ofereceu um bolo para a viagem. Mas a mulher sugeriu que ele só comesse a merenda em casa com sua esposa.

O rapaz seguiu viagem.

No caminho, ele encontrou viajantes que levavam produtos para vender na cidade. O rapaz se juntou ao grupo. Até que chegaram num ponto da estrada, onde um dos viajantes sugeriu cortar caminho por um pequeno atalho. Imediatamente, o rapaz lembrou do conselho do patrão e continuou pela estrada principal.

Quando chegou na cidade, viu o grupo de viajantes desesperado. Eles encontraram ladrões, no tal atalho, que roubaram tudo e ainda os espancaram. Pensou o moço:



– Já valeu o primeiro conselho.



Seguiu o seu caminho.

Até que ele chegou, já de noite, a uma venda onde foi tomar uma bebida. O rapaz estava cansado e pensou em dormir por lá, mas viu que o dono do estabelecimento era um velho muito velho. E a mulher dele era moça toda faceira e dengosa. O jovem lembrou do segundo conselho e foi embora.

Mais tarde, quando chegou numa pequena vila, soube que a polícia estava atrás do assassino do homem velho da venda. O bandido fugiu com a mulher faceira depois de matar o idoso. E o rapaz murmurou:



– O segundo conselho me salvou...



E ele foi andando para casa.

Quando chegou, foi se aproximando da porta e viu, dentro de casa, um jovem homem que ele não conhecia. Esse rapaz estava sentado e conversava, cheio de intimidade, com a sua mulher. O seu primeiro impulso foi matar com os dois naquele instante. Mas lembrou do terceiro conselho, respirou fundo e entrou em casa tranquilo. A mulher, quando viu o seu marido, ficou muito feliz e disse:



– Meu querido! Quantas saudades!



Ela apontou para o rapaz sentado e falou:



- Eu quero apresentar o meu irmão, que chegou hoje de uma longa viagem. Uma viagem de mais de dez anos. Vocês nem se conheciam. Como estou feliz! Meu amado esposo e meu irmão aqui em casa!



O lugar ficou cheio de alegria. Na hora do jantar, o rapaz partiu o bolo que a patroa deu. Dentro da merenda, ele encontrou todo o dinheiro que tinha economizado por tanto tempo.

E é assim, ainda existem pessoas que fazem o bem.

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