A Roseirinha Torta.
Era uma vez um homem que possuía um
grande jardim, onde foram cultivadas as mais variadas flores. Perto desse
jardim morava um menino que amava muito as plantas. Muitas vezes ele abandonava
os brinquedos e encostava o rosto na cerca para olhar o jardim e admirar o
colorido das flores. O garoto também tinha o seu canteirinho na frente da casa.
Possuía uma pá, um regador mas não tinha ainda nenhuma muda de flor para
plantar.
O dono desse grande jardim é muito
estranho - pensou o menino. Ele não tem o menor cuidado com as suas plantas.
Não limpa os canteiros, não afofa a terra e nem a rega com freqüência.
Um dia, quando o homem visitava o seu
jardim, parou em frente a uma pequena roseira torta com apenas umas poucas
folhinhas verdes. Chamando o empregado, disse-lhe:
- Arranque esta roseirinha. Ela nunca
produzirá flores. Atire-a para fora da cerca.
E o empregado fez exatamente como ele
mandou. Naquele dia, quando o garoto voltava da escola, viu a roseirinha
arrancada na beira da cerca e monologou:
- Pobre roseirinha! Como ele teve
coragem de arrancá-la... Aí onde a jogaram, você nunca dará rosas. Vou
colocá-la no meu canteiro e cuidar de você.
Chegando em casa, trocou a roupa e,
juntando a pá e o regador com água, cavou bem no centro do seu canteirinho,
revirou a terra e ali depositou a roseirinha torta, deixando-a na melhor
posição possível. Não se descuidou da planta. O calor do sol a aquecia, ele a
regava e algumas vezes a chuva a refrescava. Um dia, ele reparou que nela
surgia um botãozinho verde.
A mãe lhe explicou que dali
certamente sairia uma bonita rosa. De fato, na semana seguinte ele olhou da
janela e, radiante, chamou sua mãe. Nem podia esperar se vestir... Desabrochava
uma linda rosa branca da roseirinha torta.
Cada pessoa que por ali passava, naquele
dia, parava para admirar a pequena roseira com a sua única rosa branca. À
tardinha, o garoto ouviu uma voz do outro lado da cerca. Era o dono do grande
jardim que dizia:
- Que rosa lindíssima tem aí no seu
canteirinho, meu filho. É mais rara e mais bonita do que qualquer uma das
minhas. Como foi que você a conseguiu?
- O senhor não se lembra daquela
roseirinha torta que mandou arrancar e jogar fora? Pois é ela. Eu a apanhei
murcha, ressecada e a plantei. Colaborei com o Pai do céu no cuidado com a planta
e ela cresceu e produziu já esta bonita rosa - respondeu o menino.
O dono do grande jardim compreendeu a
lição e saiu repetindo para si mesmo a expressão do menino:
- Colaborei com o Pai do céu no
cuidado com a planta e ela cresceu...
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